O segundo dia da COP30, em Belém, foi marcado por protestos indígenas que pressionaram por mais participação nas negociações da Conferência do Clima e provocaram bloqueios na Blue Zone, área mais restrita do evento. A mobilização resultou em confronto com seguranças e abriu uma nova frente de debate sobre a presença dos povos originários na conferência.
Protesto indígena causa tumulto na Blue Zone
O primeiro episódio ocorreu por volta das 19h20, na terça-feira (11). Vídeos mostram um grupo de indígenas ultrapassando os portões de entrada, avançando até a área de credenciamento. Eles foram contidos por equipes de segurança, o que gerou correria e pequenos confrontos. Dois seguranças tiveram ferimentos leves.
A ONU afirmou que todos os protocolos foram seguidos e solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a tentativa de invasão à Blue Zone da COP30.
Bloqueio indígena na manhã seguinte
Na manhã seguinte, o povo Munduruku bloqueou novamente o acesso à Blue Zone. O grupo exigia diálogo com autoridades brasileiras e reivindicava maior espaço nas reuniões internas da conferência. Entre as principais demandas estavam:
- Fim do garimpo ilegal em territórios indígenas
- Revisão do decreto 12.600, que cria hidrovias em rios amazônicos
- Participação efetiva nas discussões climáticas da COP30
O bloqueio formou longas filas e atrasou a entrada de participantes. Após horas de pressão, lideranças indígenas foram recebidas pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e pelas ministras Marina Silva e Sônia Guajajara.
Segurança reforçada e continuidade da COP30
O acesso foi liberado pouco antes das 10h, com reforço da Força Nacional e da Polícia Federal. Segundo a organização da conferência, apesar dos episódios, as negociações do clima seguiram normalmente, e a estrutura permanece segura para delegações e participantes credenciados.

