O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, saiu do julgamento no STJD apenas com uma multa de R$ 100 mil, após ter revertida a decisão de primeira instância que o havia suspendido por 12 partidas. Ele estava sendo acusado de beneficiar apostadores ao forçar um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, em novembro de 2023.
A reviravolta no processo ocorreu por dois pontos centrais. Primeiro, a defesa do jogador sustentou que o cartão amarelo não trouxe prejuízo ao Flamengo, já que a própria comissão técnica teria orientado que ele forçasse a advertência para cumprir suspensão em uma partida considerada menos decisiva. Segundo, a maioria dos auditores avaliou que o episódio não se enquadra nos artigos mais graves do CBJD, que tratam de manipulação de resultado e poderiam gerar longas suspensões.
Com isso, o tribunal concluiu que Bruno Henrique deveria ser enquadrado apenas no artigo 191, que fala em descumprimento de regulamento, e cuja punição prevista é exclusivamente multa. O resultado final foi de 6 votos pela pena financeira, 2 votos por suspensão de 270 dias e 1 voto pela manutenção da punição original.
Embora os auditores tenham considerado a atitude do jogador antiética, eles argumentaram que o caso é distinto da Operação Penalidade Máxima, que apura esquemas de manipulação envolvendo jogadores e apostadores. Para o STJD, no episódio envolvendo Bruno Henrique não houve influência no resultado da partida, o que inviabilizou punições mais duras.
Paralelamente ao julgamento esportivo, o atacante segue respondendo na Justiça comum, onde foi indiciado pela Polícia Federal por fraude esportiva. A investigação aponta que ele teria avisado ao irmão que tomaria o cartão, o que motivou uma sequência de apostas suspeitas registradas por familiares e amigos. Essas movimentações chamaram atenção das casas de apostas e deram origem ao processo.
Com a absolvição nos artigos mais graves e manutenção apenas da multa, Bruno Henrique está liberado para defender o Flamengo nas próximas partidas do Brasileirão.

